Administração das Faianças Bordalo Pinheiro tenta viabilizar empresa “A Fábrica Bordalo Pinheiro é uma empresa centenária, que integra o património caldense e que teremos de salvaguardar. Por isso, apelamos a todos para que exijam da Câmara Municipal e do Governo medidas de apoio”, manifesta a Comissão Concelhia de Caldas da Rainha do PCP, referindo-se à luta dos trabalhadores para a manutenção da empresa. Os comunistas caldenses descrevem que as Faianças Bordalo Pinheiro, empresa centenária (124 anos) e com um vasto património industrial na área da cerâmica decorativa, “vem vivendo uma séria crise desde 2005, altura em que apresentou quebras na sua carteira de encomendas”. “Nessa altura, a empresa avançou com um plano de reestruturação que implicaria a redução dos postos de trabalho para metade, com a rescisão por mútuo acordo com trabalhadores com mais de 55 anos, rescisão com trabalhadores com contrato a termo e revogação por acordo com trabalhadores com menos de 3 anos de casa. Saíram nessa altura da empresa cerca de 90 trabalhadores”, relatam. Segundo o PCP, “em 2007, a situação voltou a agravar-se, com salários pagos com atraso e discricionariamente por sectores, sem pagamento de horas extraordinárias por utlização de um denominado “banco de horas”, violando a legislação em vigor. Igualmente foi retirado o pagamento do complemento de reforma e doença a 19 reformados, atingindo gravemente a sobrevivência destes antigos trabalhadores da empresa”. De acordo com o partido, “a Administração decidiu avançar com um novo plano de reestruturação em que mais uma vez se aponta para rescisões por “mútuo acordo”, mas não houve adesão dos trabalhadores para as rescisões”. Os comunistam revelam que “a 14 de Fevereiro passado é apresentada uma nova proposta: redução de horário e salário em 50%. Em plenário, os trabalhadores decidiram não aceitar esta proposta, já que ela não resolvia as situações de dívida e só acentuaria as suas dificuldades económicas. Exigiram o pagamento dos salários em atraso e do trabalho suplementar prestado e não pago e decidiram desenvolver todas as formas de protesto e luta necessárias para a defesa dos postos de trabalho e dos seus direitos, em articulação com o seu Sindicato. Reclamaram ainda um plano de viabilização para a empresa”. A organização partidária refere que “a administração da empresa cedeu, pagando os salários e comprometendo-se a elaborar o referido plano, o que constitui, para já, uma vitória dos trabalhadores”.